A Casa Ermelinda Freitas
Fernando Pó, Palmela
O caminho para Fernando Pó, no concelho de Palmela, onde se localiza a Casa Ermelinda Freitas, empresa familiar, criada em 1920 por Deonilde Freitas não é propriamente fácil, pelo que sem a ajuda da tecnologia, vulgo GPS, teríamos alguma dificuldade, dado a inexistência de placas, em lá chegar.
A empresa já se encontra na sua quarŧa geração, sempre com uma grande tradição feminina na sua gestão, após a sua criação por Deonilde Freitas, continuada por Germana de Freitas e Ermelinda Freitas que deu o nome á empresa e actualmente na sua quarta geração por Leonor de Freitas. Esta foi a grande impulsionadora da marca, fazendo desta empresa, actualmente um dos grandes produtores do país, passando dos 60 hectares , apenas com duas castas, a Castelão e a Fernão Pires, para aproximadamente 490 hectares e 29 castas plantadas nas suas vinhas.
Para além destes hectares, a empresa tem ainda alugados mais cerca de 400 hectares, sejam terrenos de familiares, proprietários de idade avançada, que de outro modo não teriam condições para ter o usufruto das suas vinhas e outros.
Sendo uma empresa virada evidentemente para o negócio tem também uma consciência social pelo que participa no projecto «A Vida de Um Vinho», com a produção de 1500 garrafas magnum de um vinho, cuja venda, reverte para os idosos da freguesia de Poceirão e Marateca.
A Casa Ermelinda Freitas, constitui assim, uma empresa familiar com uma vertente também de intervenção social, próxima e para as pessoas da região, constituindo uma das grandes referências do concelho de Palmela, região de Setúbal e mesmo do país.
Anteriormente a Leonor de Freitas, os vinhos da empresa não eram engarrafados, apenas produzidos e vendidos a granel, pelo que foi em 1997 que surgiu o primeiro vinho produzido e engarrafado pela Casa Ermelinda Freitas, o tinto Terras do Pó.
O seu edifício é visto a alguma distancia, rodeado por inúmeras vinhas que se perdem de vista.
Chegamos ao destino e a caminho da recepção passamos pela vinha pedagógica, onde estão videiras das diversas castas da casa, algumas surpreendentes, Petit Syrah, Carmenere, Pinot Noir, etc.
Em certas alturas servem para os visitantes poderem ver os diferentes bagos das diversas castas, tipos de bago, coloração etc
Começamos numa sala com vista para a adega onde estão expostos a maioria dos prémios já alcançados pela empresa, cerca de 1000, diz-nos Angela Bruno… deveras impressionante, e no mesmo piso, situa se o laboratório de controle de qualidade.
A adega com toda a tecnologia moderna, cubas de inox com capacidade para fermentação de 8 milhões de litros com temperatura controlada, barricas de carvalho francês e americano para envelhecimento, todas de 225 litros por opção do énologo Jaime Quendera, pela melhor adição de aromas e taninos que estas conferem ao vinho, área de engarrafamento e empacotamento, sendo que actualmente a produção da casa, envolve cerca de 14 milhões de garrafas por ano, 40% para o mercado exterior, sobretudo a Europa, nomeadamente para a Alemanha, Luxemburgo e Polónia países de muitos emigrantes lusos.
Paredes meias com o edifico da adega, situa se o edifício do museu, já no piso superior da adega se pode percorrer a história desta casa onde estão expostas amostras das garrafas de todas as referências da casa ao longo do tempo.
Entrando no museu, ficamos um pouco surpresos pela imponência do museu, as inúmeras referências familiares expostas , a quantidade de objectos e materiais, os primeiros vinhos produzidos, tudo exposto, num misto de tradicional e moderno, com bom gosto e preservação, que retrata toda a história e identidade desta empresa familiar, que sendo nova não perdeu as suas raízes familiares mais antigas.
A empresa aposta agora também no Enoturismo, que começa a ter adesão nas visitas ás vinhas e instalações e nos eventos , nomeadamente casamentos. A forma de marcação é feita pelo telefone para as instalações da empresa.
Os Vinhos:
// Gewürztraminer
Aroma muito evidente a lichias, ligeiro a rosas, na boca é leve, suave mas um pouco enjoativa.
Esta é uma casta, difícil, um pouco estranha e enjoativa, para muita gente e também para nós.
. Tipo: Branco
. Castas: Gewürztraminer
. Teor Alcoólico: N/D
. Preço: N/D
. Classificação: 14,5v
// Sauvignon Blanc 2016
Aroma muito frutado, até um pouco exagerado, na boca pouca estrutura e final curto. Não parece um sauvignon blanc, seria difícil a sua identificação em prova cega.
. Tipo: Branco
. Castas: Sauvignon Blanc
. Teor Alcoólico: 13%
. Preço: 9€
. Classificação: 14.5v
// Trincadeira 2015
Aroma agradável a madeira de carvalho novo, na boca algum corpo, elegante, mas ainda com muita madeira presente.
. Tipo: Tinto
. Castas: Trincadeira
. Teor Alcoólico: 14.5%
. Preço: 9€
. Classificação: 15,5v
// Quinta da Mimosa 2015
Aroma a fruta madura, ameixa, na boca encorpado, alguma doçura, mas ainda verde, jovem, dando uma sensação de adstringência. com taninos ainda a terem de ser domados.
. Tipo: Tinto
. Castas: Castelão
. Teor Alcoólico: 14%
. Preço: 9€
. Classificação: 15,5v
// Alicante Bouschet 2015
Cor profunda, aroma frutado ligeiro e a carvalho, estruturado com a madeira bem integrada e terminando equilibrado.
. Tipo: Tinto
. Castas: Alicante Bouschet
. Teor Alcoólico: 14.5%
. Classificação: 15,5v
. Preço: 9€
// Moscatel Roxo – 0,5 l
Aroma muito agradável a mel, na boca, elegante, harmonioso, com doçura, mas sem ser enjoativo, um vinho a recordar.
. Tipo: Fortificado
. Castas: Moscatel Roxo
. Teor Alcoólico: 18.5%
. Preço: 25€
. Classificação: 17v
// Moscatel Setúbal
Aroma citrino e algum mel na boca, cheio e doce terminando equilibrado e fresco. Um bom representante do moscatel de Setúbal com uma boa relação qualidade-preço.
. Tipo: Fortificado
. Castas: Moscatel
. Teor Alcoólico: N/D
. Preço: 5€
. Classificação: 15v
Não podiamos deixar de agradecer na pessoa do Sr. Vitor Santos e Angela Bruno pela disponibilidade, simpatia e profissionalismo como nos receberam, pelo que deixamos o nosso muito obrigado.
CASA ERMELINDA FREITAS
Rua Manuel João Freitas, Fernando Pó, 2965-595 – Portugal
T: (+351) 300500435
w4p (FEV 2018)