Quinta de Foz de Arouce – Vinhas de Santa Maria 2001

Mar 17, 2019 | Reliquia, Vinho

Portugal
Beiras
Vinho Tinto
Quinta de Foz de Arouce
Baga
2001
14% vol.

Garrafa comprada recentemente (a um preço bem honesto) na Garrafeira Louro do meu amigo João Passos, em Évora, onde repousou todos estes anos na sua cave climatizada, que cumpre todos os requisitos para um envelhecimento ideal dos vinhos.

Com efeito, a garrafa apresentava-se em excelentes condições, vendo de fora. O rótulo impecável, o nível adequado, a cápsula continente. A rolha estava apenas (muito) ligeiramente repassada, mas com boa consistência, aguentando muito bem o saca de pinças.

A cor é um rubi escuro, com discretos tons atijolados no bordo.

Nariz um pouco inexpressivo, talvez por eu estar um pouco constipado. Também me parece importante não servir o vinho demasiado frio, uma vez que começa a libertar mais aromas à medida que aquece. E à medida que respira, pelo que decantar é importante. E também para separação das borras grosseiras que ficam no fundo. O cedro balsâmico que se espera da baga começa timidamente a aparecer. Fumo, pedra. Uma pincelada vegetal, de chá preto. Café; um toque terciário (um pouco de borracha) que é rapidamente substituído pelos primários da fruta, especiarias (pimenta preta) e acidez volátil.

Na boca tem fruta vermelha fresca, acabada de esmagar. Taninos secos, de grão grosseiro com a temperatura mais baixa, que vão suavizando de forma evidente com o tempo – mais uma razão para não servir o vinho demasiado frio. Acidez bem vincada. O final, de comprimento médio, é pois, uma trilogia de fruta vermelha, acidez e taninos.

Parece um vinho que precisa de comida para estar ao seu melhor nível, um pouco “delgado”, mas não num mau sentido: parece que ele foi, de facto, feito para fazer um prato brilhar. Talvez um simples naco de carne de novilho, bem entremeado de gordura, grelhado; um bom arroz de pato; ou, talvez até, um leitão assado à moda da Bairrada?

Com as notas ainda vibrantes de fruta, a acidez vincada e os taninos bem presentes, tem uma ampla janela temporal de consumo.
Com efeito, pode ainda não ter atingido o ponto ideal para se destapar as garrafas! Para a que me resta (que pela mostra desta não tenciono abrir nos próximos 2-3 anos) espero que o vinho ganhe mais complexidade e novas dimensões em termos de amplitude nos aromas e principalmente no palato.

Preço: N/D

G. P. (MAR-2019)

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