Prova Madre d’Água

by | Mai 24, 2017 | Vinho | 0 comments

O Hotel Madre de Água, nos arredores de Gouveia, é um local de paz, tranquilidade e bom gosto. Com a Serra da Estrela em fundo, os hóspedes são convidados a conhecer todos os recantos da propriedade, desde a vinha bem cuidada, aos passeios a cavalo, à queijaria e à adega (de forma a conhecer a forma como são feitos os produtos), aos pomares… São 16 hectares, com alguns de vinha. Têm alguns brancos interessantes, e alguns tintos. E a enologia está agora a cargo de Paulo Nunes da Passarella.
No nosso caso, não ficámos alojados. Apenas tivémos um jantar vínico no restaurante do Hotel, sob a batuta do chef António Batista. Depois de ganhar fama no restaurante da Quinta de Cabriz, este criativo e genial chef aterrou no sopé da Serra da Estrela. Sempre simpático e disponível, foi em companhia da truta, do carré de borrego, do bacalhau e do cabrito que a prova abaixo foi decorrendo. Para além dos queijinhos (fantásticos!!!), requeijão e compotas da casa. Tivémos a companhia do “pessoal” da Pellada.

Nota: A parceria wine4people/parceiros assenta numa estratégia de divulgação, admiração e defesa do que melhor se faz ao nível do vinho neste pais.

Pai Abel 2013

. Região: Bairrada
. Tipo: Branco
. Produtor: Quinta das Bágeiras
. Preço: 20 euros
No nariz muito fresco e agradável comme d’habitude. Na boca tem nervo, corpo médio e final fresco, com uma acidez “rústica” que lhe fica bem. É sempre uma aposta ganha. Meio ponto a mais, meio ponto a menos…
Produtor: Quinta das Bágeiras

  • 17 Valores

Fonte do Ouro Dão Nobre 2015

. Região: Dão
. Tipo: Branco
. Produtor: Boas Quintas
. Preço: 37.5 euros
É um facto. Nunca sabemos qual é o momento ideal para abrir uma garrafa. Não sabemos quando é que ela estará no auge, e quando é que estará na fase do armário. Em relação a este vinho, isto que acabámos de dizer, é gritante. Há uns meses atrás, este vinho fazia jus ao estatuto de Dão Nobre (vidé a nossa nota de prova). Era a fruta, a mineralidade, a finesse… Hoje, só cheira a baunilha. E quando se mete à boca só se sente a madeira, do princípio ao fim. Verdadeiramente inacreditável. Se me contassem não acreditava. Queremos acreditar que se trata de uma fase temporária (a tal fase do armário, que muito caracteriza os vinhos à base de encruzado).

  • 12 Valores

Clisson 2013

. Região: Loire
. Tipo: Branco
. Produtor: Domaine de la Pépiére
Um belo branco do Loire, com um aroma muito fino e fresco. Foi o Luis Lopes da Pellada que o levou. Na boca com muito nervo e muita finesse, e com final muito elegante. Belo vinho.

  • 17 Valores

Xisto 2012

. Região: Douro
. Tipo: Tinto
. Produtor: Roquette & Cazes
. Preço: 70 euros
Das uvas da Quinta do Crasto surge-nos esta parceria enológica que desde 2003 faz as delícias dos enófilos. Este Xisto, por vezes um vinho “pouco lembrado” é sempre bom! É certo que o preço é elevado, mas rivaliza muito bem com vinhos de preço muito superior. De 2006 a 2008 não houve, tendo surgido a marca Roquette & Cazes, a gama inferior. Regressou em 2009, e em 2010 voltou a não haver Xisto. Por isso, esta é a 6ª edição deste vinho. Um aroma muito muito fino, em que a fruta e a barrica se evidenciam no olfacto com um casamento perfeito. Na boca é sedoso. Tem corpo mas muito elegante, e o final é muito prolongado. É um vinho trabalhado. Mas não somos contra a maquilhagem, quando ela é suave e bem feita. Este é um vinho que toda a gente vai gostar. Muito bem!

  • 18,5 Valores

Legado 2011

. Região: Douro
. Tipo: Tinto
. Produtor: Sogrape
. Preço: 180 euros
Há um ano e tal atrás, quando abrimos o Legado 2008, ficámos rendidos à finura e à qualidade deste vinho. Veludo puro. Lembro-me que o classificámos com 19 valores. Depois, mais tarde, o 2009 não impressionou tanto. E agora este 2011 ainda não está pronto para beber! A verdade é que as nossa classificações refletem essencialmente o momento e não o potencial. Proveniente de vinhas centenárias com múltiplas castas de uma só quinta do Cima Corgo (Quinta do Caedo). No nariz sentem-se os frutos vermelhos maduros. Na boca está ainda um pouco desequilibrado, com a fruta e a madeira (muito fina) a lutarem. Pouco sedoso e pouco veludo. Final prolongado mas ainda um pouco ácido. Um grande vinho, mas: Por favor, ainda não o abram!!!!!

  • 17 Valores

Porto Barros Colheita 1950

. Região: Douro
. Tipo: Porto
. Produtor: Barros
. Preço: 190 euros
Escolhemos este Porto porque sabíamos que era o ano de nascimento do Engenheiro Álvaro de Castro. Engarrafado em 2001, portanto um Porto 50 anos. Com um arroz doce e um leite creme da casa divinais. Aroma intenso em que sobressai o mel e o caramelo. Na boca muito untuoso e muito saboroso, não se notando significativamente o álcool (que é o problema de muitos Tawny´s velhos). Final muito prolongado. Um belo Porto!!!

  • 18 Valores

No final o Chef Batista veio cumprimentar a malta. Saímos do restaurante por volta da meia noite. São prazeres como estes que faz valer a pena a vida.
P.F. (MAIO 2017)

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